Fulgores Vou luzir Me veras Livre, alto Sem segurar em nada Pois, eu trago em mim Mais de mil faces Confuso nessas águas Nadar... Sem ancoras ou porto seguro Juro nem será preciso Atravessei o inferno e o paraíso Já estive perdido, sem rumo Pois, ninguém tem sono Em guerra, olhos no teto Não me atingirão em cheio Esmagarei quimeras Sem medo e sem freio Solto os pássaros da gaveta Mapas eu percorro E ergo voz ao destino Sem medo, sem freio Um cometa colide O tempo em cacos e eu num labirinto A culpa do crime, o gosto do absinto Mas meu coração é uma dinamite Abre caminhos sozinho A face contra o vento ♪ Nadar... Pois, as ondas estão em fúria Nos meus olhos não ha nevoa Nem a escuridão que assombra casas Arranca paginas, arranca asas Em cada olho um grito castanho Estremece mares inteiros São astros acesos Antes estive exausto e sem forças Hoje flor feroz e implacável Em meio a tempestade Estão presos a caverna do espelho Afogados, sem crer em nada Cegos, sonâmbulos e vendados A procura de si mesmos Todo homem é insuficiente Não toque-me pois relampejo Enquanto chove e o mar revolta-se Como todo deus ♪ Fulgores Vou luzir Me veras Livre, alto Sem segurar em nada Pois, eu trago em mim Mais de mil faces Confuso nessas águas Nadar...