Kishore Kumar Hits

Arit - Caso os Olhos Abram/ A Voz de Virgílio lyrics

Artist: Arit

album: Do Pó ao Que Pode Ser Milagre


Sei que é um dia de cada vez
Mas as horas passam tão rápido
Troco de pele, mas mantenho
Os fantasmas no armário
Te entrego palavras ao invés de flores
Depois te fotografo
E eu sei que sentirei... saudades
Mas eu sei que e um dia de cada vez
Boca a boca roubo teu folego
Mira em mim
Olhos de ressaca
De cigana oblíqua e dissimulada
Cheiro de garoa
Crinas de areia e sal
Sabor de sonho
Mas fui ao labirinto com os demônios
Quando vi no limbo nasceu uma flor
Cuspa os ratos do estômago
Encontre a cabeça pelo comodo
Destaco-me na multidão
E é como se não houvesse casa
Me verás aos berros
Arrancando cabelos mas mudo não
Em punhos a espada
Coração inquieto, queixo erguido
Troveja e do céu cai brasas
Mas do meu peito é a tempestade
Já estou acostumado
Se muda a face
A fisionomia é a mesma
Caso os olhos abram
Sei que é um dia de cada vez
Mas as horas passam tão rápido
Troco de pele mas mantenho
Os fantasmas no armário
Te entrego palavras ao invés de flores
Depois te fotografo
E eu sei que sentirei... saudades
Mas eu sei que e um dia de cada vez
Mas as horas passam tão rápido
Troco de pele mas mantenho
Os fantasmas no armário
Te entrego palavras ao invés de flores
Depois te fotografo
E eu sei que sentirei... saudades
Mas eu sei que e um dia de cada vez

Às vezes a vida e um grão na uretra
Dei com a cara nas pedras
Além da matéria
Dos olhos pra trás eu não minto
Incorporo épocas
Anoiteço
Brilho
Tem dia que nasce e nunca acaba
Fumei um e revivi o passado
Por que eu não paro?
Assola-me a nevasca
Mas eu fulguro, queimo
No inferno, terceiro círculo
Eu tenho fome
Os cães latindo
Gigantes bocas são meu horizonte
Mas ouço a voz de Virgílio
Tropeço na ponta do prédio
Escondo as asas
Mas distribuo as conquistas
Aos seres de minha espécie
Por gritante semelhança e inesgotável diferença
Lhes digo o inevitável:
Há quem colha o alimento e odeie os frutos
Há quem morda o próprio coração, salivando
Prestes as deferir o golpe
Há também quem estenda as mãos no escuro
Para depois abrir os olhos
Os pés cravados no inferno
A um passo do milagre
Sei que tu vais lembrar de mim
Teus olhos me dizem muito
Meus gestos já apagaram velas
Mas não sucumbi: visão noturna
Tudo desbotou, mas e se eu colorir?
Não me veras colidir nas pedras
Contra o vento numa só flecha
Braçadas no ar tipo um colibri
Não me intimidam as quedas
Braçadas no mar tipo fugitivo
Nas mãos do destino
O gatilho não emperra
A morte me espera enquanto a vida brota
Amanhecer
Abrir os olhos
A brancura dos cabelos advém das horas
Conversas na cassete, o tempo sufoca
No VHS décadas que ele borra
Bagunça na kitnet, memória
Cubículo que se expande
O destino é agora

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