Foda-se a sério mano? Não te ia mentir, mano Foda-se Ya, não te ia mentir Tá-se bem, eu vou ver isso Tchau ai mano Ya, tchau Com o coração golpeado gravemente Ansiosamente ele põe a chave na fechadura Roda a chave pa' a esquerda, ele roda suavemente Abre a porta e vê a casa toda escura Do quarto ouve um som que parece Jovanotti Nah, afinal é Luciano Pavarotti Pa' não fazer barulho ele anda bem ligeiro Sorrateiro enquanto anda assenta o calcanhar primeiro Tem a caçadeira no armário do escritório Instinto predatório pa' mandá-los para o crematório Pega na arma com uma postura insegura A tremer empurra para a direita a patilha de abertura Bem insano ele vai entrar sem plano Um cartuxo em cada cano e cerra o semblante Puxa a partilha e pensa no amigo de infância A seguir engatilha a arma pa' a trilha de vingança Faceta de louco põe a mão na maçaneta Ele quer mata-los e fazê-los apodrecer numa sarjeta Revolta macabra ele quer ver a cabra morta É a reviravolta, respira fundo ele abre a porta Tiago, Tiago baixa a arma, baixa a arma Foda-se Tiago, baixa a arma Tiago (Baixa a arma foda-se) Calma mano (Tiago, baixa arma! Foda-se) Uma vida radicada numa entrega tresloucada Uma vida debitada, dedicada a ti O esforço que fiz para teres a vida acautelada Porque trabalho como um escravo para que não te falte nada Senti-te estranha, senti o clima alterado Eu devia ter calculado que era tudo falseado Relação já não tinha chama Mas não pensei que acabasses Com essa doninha na minha cama Forreta, era o que ouvia nas tuas bocas Quando fui eu que comprei as tuas jóias, as tuas roupas Puta, cona largada, pura insana Encharcada de moralismo sempre armada em puritana (Puta) Agora vais sentir a sequela Com a caçadeira enfiada na tua goela A bala a perfurar a traqueia E o teu corpo como plateia enquanto a morte fraseia Tiago, Tiago Foda-se (Foda-se) Caralho (Calma mano! Calma caralho) Ai Tiago Pensa Tiago, olha para mim Tiago O que é que tu vais fazer Nós éramos únicos, os últimos moicanos Melhores amigos desde os oitos anos Éramos os putos das trapaças e chalaças e toda a gente Com graça chamava-nos de comparsas Laço alquímico, sentimento mítico Dei-te amor bíblico tu eras só um cínico Lembras-te do nosso pacto de sangue Se fosse preciso era morrer um pelo outro Como num gangue Pra a minha mãe eras como eu, deu-te o mesmo trato Sangrámos juntos comemos do mesmo prato Quem diria que iria ver-te com essa fingida Quem diria que seria o teu melhor amigo a tirar-te a vida Vosso casamento no inferno é o que eu prevejo Puta dá-lhe um beijo e pede um último desejo Vê a gruta do abismo na viagem conjunta E a bruta pena capital, o karma da vossa conduta Ei então o que é que foi Foda-se, pesadelo do caralho Aí estás todo suado Foda-se Vai tomar um banho Ya