Ai, rapaz, se tu soubesses bem Como é que eu fico Quando vou ao bailarico E te miro a dançar Ó-ai, à marcial ♪ Já tentei dançar assim também Ai, esse ritmo, cada passo com sentido E eu nem gosto de marchar Ó-ai, mas quem me viu? Ai, rapaz, mas eu queria Uma valsa a três passos Dar-te a mão e ver a vida Agarrada a teus braços, ai ♪ Fui-me pôr sentada mesmo à frente E ali esperei, a tantos eu neguei O prazer da minha dança Ó-ai, que era só tua ♪ Mas o bar também chamou por ti Num entretanto e a banda ia tocando E quando tu de lá voltaste Ó-ai, a valsa acabou Ai, rapaz, mas eu queria Ir na roda e ser teu par Dar-te a mão, ir na folia E não mais eu te largar, ó-ai ♪ Foi então que a roda se fez Ao largo, larga tanta gente, muita farra E nós ali na multidão Ó-ai, com outro par ♪ Fui passando par a par Nem sei quantos ao certo E tu cada vez mais perto E quando só faltava um Ó-ai, veio o leilão Ai, rapaz, o que eu queria Era um baile bem mandado Que nos guiasse a sacristia E voltássemos casados, ai ♪ E do palco surgiu uma voz E a concertina: roda, Manel, vira, Maria! E quem não vira perde a roda! Ó-ai, e eu virei ♪ Mas a voz puxada à concertina Mais pedia e acelarava a melodia Os pés trocavam-se no chão Ó-ai, e assim foi Ai, rapaz, e foi o baile Sem alma nem coração Mal cantado e mal mandado Que me atirou ao chão, ó ai E foste tu a dar-me a mão