A música não para, amor E ninguém sabe quando começou Nem quantos são os casais Pelos salões tudo é embriagador As valsas e os cristais Perfumes e poções E não pensamos mais Todos se abraçam pela circunstância, amor A misturar fragrância e cor, pela pista de dançador E milhões de juras falsas vão se sussurrando, amor Queremos ir, mas a vertigem que há nas valsas Vai nos arrastando, amor E a música, quem toca, amor? Que ninguém sabe a orquestra quando entrou Nem de quem são os versos e as canções Mas tudo é sedutor Nesses balés sensuais E nesses turbilhões E nessas espirais Todos se perdem tontos na distância, amor Soltos do próprio interior, e o som fica ensurdecedor E na dança louca, os pares vão se enlouquecendo, amor Queremos ir porém todo o corpo de baile Vai nos envolvendo, amor ♪ E a música inocente Em nós desaba como uma vertente E na voracidade dela, de repente Então entre os demais, sem perceber A gente está dançando, amor