Acordei mais cedo que o de costume E despertei para a vida um dia virar um filme Documentário do meu legado do meu rumo Eu subo degraus do sonho, assim eu não durmo Tenho esperança lá no fundo É um pesadelo esse nosso mundo Não dá para cochila nem um segundo Se quer vencer tem que se preparar Pra também ser o segundo Na real eu só quero ser ouvido por você Meu desabafo nem precisa me entender mano Olho pra trás mas eu tô a frente E a cada sol que nascer é viver e agradecer Seus passos marcam, suas falas ficam As alegrias marcam, as cicatrizes ficam Algumas se apagam, outras só aumentam Os dias aqui passam poucos se lamentam Esse é meu despertar, para lidar com tudo isso Abandonar o guia que te leva pro abismo Não ouça as palavras do pessimismo E evolua na sua causa se não causa o comodismo Quebrar as barreiras é necessário E amar mesmo se não for retribuído O ódio aqui é o maior arbitrário Falam que amam Deus mas agem ao contrário Com o diabo possuído Sr Mestre de obras Aqui os pontos já não compõe linhas Minha construção é abstrata Sou contra pontos e entre linhas Poesias tão concretas, desumanas e exatas Com medidas assímétricas Os teoremas da má temática Não são arestas, são só ângulos No labirinto do que sinto vejo uma fresta Mas o dia é sempre noite e agora eu sou sonâmbulo Mais um surto nessas ruas vazias Mato a dor em deserto de palavras E meu amor poético não quer as sobras Eu vejo faces de anjos, ouço chocalhos de cobras Patéticos tentando me tirar da realidade Querendo revelar aqui a minha insanidade Rasgar a identidade quem eu sou O sofrimento em silêncio que aqui grita pelo amor E eu que sou louco, pisco insano Que enlouqueço por causa da sua maldade Oh, pare um pouco com essa falsa personalidade São só coisas, instrumentos da sua vaidade Mas você não é do mal, só não é perfeito Te aceito de longe, não quero por perto Frio olhar reto, eu sou um lago profundo No meio do seu mundo obscuro de concreto É no sótão da minha lucidez que me faz ter clareza E guardo vocês na minha cabeça Pra que eu não me esqueça Nem sempre quem está junto do seu lado Tá ali torcendo pra que você vença Uns se enganam por dias Outros por toda a vida Mentiras não tem volta, é sem saída Uns se enganam por dias Muitos por toda a vida Traíras, não tem volta, é sem saída Num foi sempre dito que a porta de saída Era a serventia da casa? A mesa já ta posta, peço um prato fundo Com receio que a resposta seja raza Esse labirinto é um tabernáculo Onde os cálculos são versículos Os discipulos são mitos e oráculos Com tentáculos e ventrículos O rap se tornou quadrado, caminhando em círculos E dançando ao som da mesma música O medo de ser quem é e não ser aceito É como uma morte súbita O seu maior labirinto é a sua dúvida