O corpo está cansado Um gosto amargo A saudade é uma velhice que me dói A falta é grande O espaço é pouco Gente grande me ensinou a ser gigante Mas eu prefiro ser daqui Eu te calcei quando calcei os pés dos meus irmãos Falei de amor quando pediram eu reparti o pão O cego foi curado quando eu enxerguei Então se ouviu a voz quando eu me calei A vida é bela O tempo é bad Não espera Dei bobeira Me assustei A vida é bela O tempo é bad Não espera O homem nu em seu jardim Mas a serpente era crente E o persuadiu Cativo em seu próprio conhecer Mas o verbo se fez carne e eu sobrevivi A vida é bela O tempo é bad Não espera Dei bobeira Me assustei A vida é bela O tempo é bad Não espera O mito da caverna Eu vou sair da minha caverna Exorcizar tudo que hiberna Bem no cerne do meu ser Eu vou ver florescer O deserto de pedras Que insiste em crescer O grito da caverna Eu vou sair da minha caverna Escutar o meu silêncio Ignorar aquele eco Que me fez entender Tudo errado Vou voltar, libertar Vou cuspir nas bandeiras fincadas Ser quem eu sou Só ser quem eu sou