Céu azul, lavandas do mar Deixo o calor me lavar As ondas queimam o cimento Pra me levar embora Onirismo de verão, Primavera e inverno Vão desbotar as estações Mas o outono Não vai ser o mesmo Quando minha febre baixar Os raios de luz vão me cegar Mesmo enquanto eu olhar pra água Vão refletir de volta do chão Pra inundar minha visão, preencher meus ouvidos de novo Quantas cores podem existir sobre o mesmo céu E eu nunca pude ver nenhuma delas Mas sinto queimarem o meu corpo O âmbar borra minha visão, ametistas colam meus pés Meus pulmões se preencheram de topázios, de marinho lazuli E não consigo mais respirar o ar puro De azul pra roxo e rosa, de novo Preciso dormir pra acordar amanhã cedo Quando o sol já tiver caído Mas não consigo deitar de novo E não há remédio que me bote pra ver a minha casa Presa em pesadelos vívidos, de olhos abertos Eu só quero que isso vá embora da minha cabeça