Um sol negativo queima os meus olhos E os paraliza, o medo volta até Minha carne se desfazer Em fragmentos desconexos De tudo o que eu não fui e tudo que eu não vou ser O sol cai sobre os meus ombros e já não sei se sou humano Minha pele queima com a luz de um futuro que não vou viver A chuva cai em volta dos cacos e compõe relapsos de dias esparsos Que se passam dentro de sonhos meio amargos entre o dia e o descanso E a noite vai dizer Fantasmas do que não pude ser E a noite vai dizer Fantasmas do que não pude ser A realidade já parece uma memória tão distante, que quero revisitar Mas não posso De tudo o que apaguei, só restam aqueles mesmos fantasmas Que nunca vão me deixar em paz De tudo o que apaguei, só restam aqueles Que nunca vão me deixar em paz Eu não to aqui Não existo em nada Tudo vai se descompor em memórias que nunca vou encontrar Longe dos meus pesadelos eu vou me enterrar