Kishore Kumar Hits

Jup do Bairro - LUTA POR MIM lyrics

Artist: Jup do Bairro

album: LUTA POR MIM


Coisas precisam morrer para que outras nasçam
Árvores podadas para poderem dar frutos
Placentas, corpo, organismos não orgânicos
Sintomas de dor, da morte, vida, sabe?
E se a força não mais estiver lá
Sei que não fraquejei e você há de lembrar
Um dia minhas pernas não vão mais me aguentar
E cada passo que eu der, menos enxergar
Num momento minha voz rouca, nada vai soar
Luta por mim
E quando minhas mãos não puderem mais segurar
Suas mãos nas minhas, não é pra soltar
Sei que não estive só, me resta confiar
Luta por mim
Quero que continue a sorrir
Mesmo com a ideia de me ver partir
Olha só o que eu construí
As palavras tortas eu não me arrependi
Se eu tivesse um pedido (seria)
Luta por mim
Agora ceis não vão me esquecer né!?
Fui imortalizado com um mural na Paulista
Ceis nunca colaram no meu show
Mas agora usam meu nome pra pedir por justiça
Nunca nem me ouviram mesmo que eu gritasse
Mas agora que eu virei estatística
Ceis vão usar meu nome e minha imagem
Pra pedir pelo fim da polícia
E se eu morresse hoje amanhã era notícia
Mas quem eu era? Isso ia ser questionado
E que que eu fiz pra tomar três tiro no peito?
Preto na rua de noite? Com certeza era algo errado.
Virei postagem na sua rede social
Cê lamentou e escreveu sobre a repressão policial
Sua hashtag foi o ponto final
Dizia "vidas negras importam" pra você isso foi o diferencial
É que é toda vez a mesma merda
Ceis mata um eu de carne pra fazer um de pedra
Movidos pelo tesão por tragédia
E agora morto eu tenho mais voz do que vivo, parece comédia
Deixa minhas lembranças pros meus
Deixa minha mãe chorar minha morte e vê se não interfere
Que cê não entende por que um de nós morreu,
E o quanto dói ser invisível pela cor da sua pele
Não fui criado pra agradar sua raça
E mesmo assim ceis lamentaram por que eu parti cedo
Mas eu já te trombei em vida e mesmo sem nem ter feito nada
Cê mudou de calçada, por medo
Não quero meu nome no seu protesto,
Dentro da sua faculdade onde é raro ver preto
Nós não habitamos os mesmos lugares,
Cê falar que sente o mesmo que os meus não é normal
E só lembrar que preto existe quando morre é
Aceitar que eu preso ou morto já é algo cultural
Ceis não vão mudar porra nenhuma
Mais um corpo preto no chão
E não muda porra nenhuma
Descartável igual o cigarro que cê fuma
Pra vocês foi só mais um e não muda porra nenhuma
Quero que continue a sorrir
(Mais um corpo preto no chão e não muda porra nenhuma)
Mesmo com a ideia de me ver partir
(Ceis não vão mudar porra nenhuma)
Olha só o que eu construí
(Mais um corpo preto no chão e não muda porra nenhuma)
As palavras tortas eu não me arrependi
(Ceis não vão mudar porra nenhuma)
Se eu tivesse um pedido (seria)
Luta por mim
Se eu tivesse um pedido (seria)
Luta por mim
Eu não vou morrer
Eu não vou morrer
Eu não vou morrer
Eu não vou morrer
Eu não vou morrer
Eu não vou morrer
Eu não
Eu não
Eu não vou morrer
Eu não
Eu não
Eu não vou morrer

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