Noite de insónia, pesadelos, paranóia Toca o relógio, acordo pra fingir que 'tou bem Do primeiro beijo ao frio de Santa Apolónia À espera do comboio foram braços de mãe É tenra a cabeça, cada vez mais esperta Sem coisas de rapazes a que nunca me dei Fui à escola aprender a estar sempre alerta E a não confiar em ninguém Meu amor, deixa uma porta aberta Não vá prender o chão Vem comigo à descoberta E se perder o chão Volta ao deserto pra andar pelo deserto Com o mesmo vento na cara pra o gelo do meu coração ♪ Nos passos em volta pra descer os bons dias Sem más companhias pra apanhar a urbana Meu corpo indefeso, tanta perna no shopping Boca de novo rico pra fechar a pestana Dos filhos marados, dos divórcios passados Dos dois mil enterrados na saudade que aperta Da escola que é a melhor parte da vida Mas só porque a vida é mesmo uma merda Meu amor, deixa uma porta aberta Não vá prender o chão Vem comigo à descoberta E se perder o chão Volta ao deserto pra andar pelo deserto Com o mesmo vento na cara pra o gelo do meu coração