Dizem que há lá mil maneiras de cozinhar bacalhau E que só há mais Marias que Anas em Portugal Nasci eu Ana Sofia, Bacalhau na certidão E desde desse belo dia, sou eu, faço questão Quando eu era pequenina muitos achavam bizarro Bacalhau de sobrenome, tornou-me num bicho raro E a mim que era gorducha com este jeito engraçado Dava muito conteúdo Pra piadas de miúdos e cochichos para o lado Foi com isso que aprendi Que há sempre alguém me desdém Se não gostas de ti, não há de gostar de ninguém Desde então que decidi vender o meu peixe bem Ter orgulho novo aí, valer-me do meu QI e da minha voz também Ana é nome comum, mas é o meu nome próprio E como é próprio de mim não podia ser tão sóbrio Um Bacalhau no fim, tem um peixe por homônimo Fica tão bem assim que parece um pseudônimo ♪ Sou Ana pra toda a gente e Ana só para o meu pai Sofia só lá em casa, no colo da minha mãe Bacalhau sou para os amigos, colegas de muita farra Desde o liceu de Benfica Há letras com as amigas quando tocava guitarra Sei que Ana é pequenina, mas condiz com a sardinha Com certeza que esta brasa tem de ser puxada à minha Pois toda a gente diz que assim se quer a mulher Sou dona do meu nariz E como quero ser feliz, escolho o peixe que eu quiser Ana é nome comum, mas é o meu nome próprio E como é próprio de mim não podia ser tão sóbrio Um Bacalhau no fim, tem um peixe por homônimo Fica tão bem assim que parece um pseudônimo ♪ Já vos disse que sou Ana e que meu nome é aqui da terra Porque lá na Noruega, neva mais do que na Serra Se já disse e então repito: isto não é nome artístico E fica até bonito E de nome de registo, passou a nome de guerra Ana é nome comum, mas é o meu nome próprio E como é próprio de mim não podia ser tão sóbrio Um Bacalhau no fim, tem um peixe por homônimo Fica tão bem assim que parece um pseudônimo