Já é noite e o frio Está em tudo que se vê Lá fora ninguém sabe Que por dentro há vazio Porque em todos há um espaço Que por medo não se ve Onde a solidão se esquece Do que o medo não previu Já é noite e o chão É mais terra para nascer A água vai escorrendo Entre as mãos a percorrer Todo o espaço entre a sombra Entre o espaço que restou Para refazer a vida No que o medo não matou Mas onde tudo morre tudo pode renascer Em ti vejo o tempo que passou Vejo o sangue que correu Vejo a força que moveu Quando tudo parou em ti A tempestade que não há em ti Arrastando para o teu lugar E é em ti que vou ficar Já é dia e a sombra Está em tudo que se ve Lá fora ninguém sabe O que a luz pode fazer Porque a noite foi tão fria Que não soube acordar A noite foi tão dura E difícil de sarar Mas onde tudo morre tudo pode renascer Em ti vejo o tempo que passou Vejo o sangue que correu Vejo a força que moveu Quando tudo parou em ti A tempestade que não há em ti Arrastando para o teu lugar E é em ti que vou ficar Eu já descobri a casa onde posso adormecer Eu já desvendei o mundo e o tempo de perder Aqui tudo é mais forte e há mais cor no céu maior Aqui tudo é tão novo tudo pode ser meu Mas onde tudo morre tudo volta a nascer Em ti vejo o tempo que passou Vejo o sangue que correu Vejo a força que moveu Quando tudo parou em ti A tempestade que não há em ti Arrastando para o teu lugar E é em ti que vou ficar Já é dia e a luz Está em tudo que se vê Cá dentro não se ouve O que lá fora faz chover Na cidade que há em ti Encontrei o meu lugar É em ti que vou ficar