Escuto? Terra chama Carlos Um pequeno passo para o homem Mas um grande traço para ti Acorda, acorda... Verso 1 A chuva sente-se na cidade, embaciando a alma O frio entranha-se na chavena onde transborda a calma E o café é só um pretexto para me manter acordado E equacionar soluções para o que eu tenho enfrentado As pingas gélidas d'orvalho escorrem pelo rosto E se eu não tinha disposição, agora eu tou disposto Eu tou só, eu tou convosco, mas no fundo eu vejo fosco Por me encontrar em todos os sentidos menos no proposto E face a isto há uma face desgastada pelo tempo Sem poder exemplificar pois nunca servi de exemplo E se com pouco me contento eu dou asas ao alento Seria de bom tom dizer: "Eu nunca mais prometo!" Quero partir mas em contra-partida não quero chegar Pois meto-me a pensar na meta e no que pode lá estar Rotina puxa vicío e dizes que nisso me fui tornar Disseste que eu era a tua droga e tás-me sempre a enrolar Sentado neste quarto versos para mim são terapia Eu vou chegar a todo lado, e há de chegar esse dia Por enquanto mudei de andar, consegui subir de nivel E acredita que cá em cima a minha vista é incrivel Porque ter altitude vai ser a atitude a certa altura E inspirar o que aspiras acredita que é a cura O vento corre e lembra-me da minha responsabilidade E eu penso que já fui responsável com o passar d'idade E no meio disto tudo, eu já nem me sinto em casa Abraça-me sem eu saber, e já nada mais me arrasta Ampara as minhas quedas e tira-me desta desgraça E depois desse abraço serei eu quem te abraça. Aquece-me como café nesta manhã de Outuno E sentires saudades então entrega-te ao sono Eu não tenho tempo contado mas ando a contar o tempo E se eu não tiver tempo para tudo, olha que eu invento E quando vier o Inverno eu posso-te aquecer E o que te faz ter frio, tu podes esquecer Porque a Primavera vai-te fazer sair do chão E acredito que no futuro melhores dias Verão...