Andas arrastado nesse coma Um espectro dos demais vais na onda A corrente dos mortais não tem folga Crês em rituais, vives moda Refém desse Estocolmo que te amolga Já nem imaginas outra forma No fundo imaginar nem dá corda Num barco de um sentido é só Concordia Chegas ao outro lado do quadrado Lançado como um dado, toda a face é sentença Outra volta nesse arco, gira à roda como um rato O melhor desse habitat é recompensa O ombro tá cansado desse fardo bem pesado Mas postura desse Atlas é lema Farto vens esgotado, é que os sonhos não dão basto 9 as 7 vens exausto mas tens pão na mesa A questão é se estás disposto a fazer a mais esse esforço A rotação desse torso não te quebra O balanço do meu corpo, sinto os membros em esforço Nada fundo nesse poço para ver terra Só tento mostrar que a libertação É de ti para os outros nessa direcção Então faz mais, lê mais, pensamentos primais Larga o robotismo, vandaliza-me esses murais Sê mais, vê mais, influências fulcrais Afasta o pragmatismo por impulsos sensoriais Sente o balanço com que avanço, lanço o canto nesse pranto Sonso dou-te o meu manto, chance quer-la por quanto Sangue eu dou-te sem espanto Trago a luz ao semblante Entorno a fonte a montante Do meu crânio pro teu peito Tu estás preso ao Estocolmo dessa vida Ao mau trato da rotina O imediato é que cativa Partir para o Vietname ou Vientiane Inseguro: para onde vamos? Ao fugir não fiz planos Nada é belo como dantes: no meu prédio, vil humanos Sufocos? Vi tantos Loucos gigantes Foço de mil prantos. Não danço nem descanso, todos somos distantes 24 sobre sempre: mais peso sobre o corpo, mais preso sofro o dobro Em busca do desconforto desde novo Sempre quis pisar Estocolmo - e este pisa-me o pescoço Todos somos sós. Hoje quantos como nós Num trabalho tão ingrato que não define aquilo que somos Não pagas minha voz... queres apagar minha voz Se eu não sou livre vivo como? Corro e morro atrás de Cronos Enquanto houver bagagens, há viagem Perder a vida inteira a ser mal pago por chamadas Ama tanto cada nada Em busca de algo mais numa vida por camadas O tempo passa e hoje tantos anos temos Tão só em casa penso em quantos danos vemos Em busca de algo puro - a fugir do fosso, vê-me No limbo entre o futuro que quero e o que posso ter Tu estás preso ao Estocolmo dessa vida Ao mau trato da rotina O imediato é que cativa