Um salso chora a velha sanga junto ao passo Correndo mansa com vertentes de água buena Nutrindo as flores para o pouso das borboletas Em suas cirandas tingindo aguadas morenas Renasce o trevo com a parição do banhado Rumo ao açude de asas negras um biguá Paisagem bela, fragrância de interior Riqueza verde, carqueja e caraguatá Tarumã Do campo largo e maçanilha, Da figuerilha escondida entre o chircal Onde a ruína adormecida da tapera Segue sonhando no catre do macegal Tarumã Das tardes lindas de janeiro, Das pitangueiras adoçando as campereadas Magia santa onde o campo ganha vida Ao visitar-te em tua grandeza de invernada Meus olhos pampa se confundem nas paragens Tantas imagens refletidas de onde vim Chorei a sanga que transborda do meu ser Ao perceber o rincão que há dentro de mim Venho das tardes que sesteiam sobre os cerros Sou um dos ausentes que habitam as taperas Desta invernada me faço um memorial vivo Deste retrato o espelho do que eu era