Guitarreiro sobre um cepo Inda antes um mateador Quem sabe em cada acorde Aos poucos eu mate a dor Tão saudoso te procuro Minha clara lua linda Não te vejo, sou mais triste Neste quarto que não se finda! Mais um dia eu bombeava E o meu rosto refletia Um pouco do que me entregas Num jeitão de quem sorria Promissor pra quem te ronda E por certo esse teu riso Te regalo uma milonga E me basta, é o que preciso! Faço um verso pra milonga, Bem no quarto que és inteira Até estranho o meu rosto Pois a noite que é trigueira Guitarreiro sob um cepo É logo mais um mateador Quando amanhecer, vou vê-la Sem um naco de dor! Já temi o teu semblante Em que vais minguando o claro Mas teu sorriso às avessas Aos meus olhos já é raro Pois me abanco junto a aguada Sem os remansos do dia Tem teu lume ao meu agrado, De um tempo sem nostalgia! Talvez, eu suma um dia E não me veja te olhando Pois sou bem menos que o tempo Que acaba me levando! Mas é só buscar na volta Tremeluzindo uma estrela Quem sabe eu do teu lado Na ansiedade de tê-la!