Os meus manos não acreditam em mim
Os meus medos acreditam
Alguns manos acreditam em mim
Sem caminhos bifurcados perpétua afinidade
Se enriquece laços dos meus medos alguns fazem retratos
Um esboço rasurado, crava em mim a bruta febre
Farpas furos, estilhaços, transformei em poeira o sopro
Divindade com silêncio o diálogo
Arte exílio retirado, num dilúvio criativo
Sei do risco de naufrágio, eis minha ilha, meu abismo
Diante disso, abismado, como um auto-latrocínio
Válvula de escape alívio, onde meus demónios bailam
Nona sinfonia de Beethoven, vejo em mim o próprio medo
Um estar dualidade, personagem fictício, cúmplice da própria morte
Nos cumes do desespero, logo queda livre
Alguns manos não acreditam em mim, pérolas nascem de crises
Meu cenário determino, não os vejo por aqui, porque não temos raízes
Não somos amigos, não beberam do meu íntimo; de onde meus medos acreditam
Os meus manos não acreditam em mim
Os meus medos acreditam
Os meus manos não em acreditam em mim
Fazem de conta que vivem em mim
Nunca ligam p'ra saber de mim
Onde estás meu irmão Caim?
Onde estavas quando precisei de ti?
Onde lavas essas duas caras?
As mágoas calas não dizes nada
Cala-te agora sou eu quem fala mal
Sou quem traz a arma, não duvides, pára
Sem dinheiro estava, 1000 concertos dava
Voltava p'ra casa, sem as contas pagas
No escuro nadava, deve ser do karma
Toda a gente paga, nesta minha fábula
Não há contos de fadas, foda-se onde estavas?
Vou varrer a casa, vou comer carcaças
Vou colher a lavra, vou cuspir mais lava
Vou ganir bem alto, vou rugir meus prantos
Digerir os sapos, discenir o antes
Abafar os cantos, polir diamantes
Vou vendê-los caros, estou farto de escarros
Sai já do meu carro, estás todo cagado
Bro tu és um cágado, bro tu és um fardo
Já vivo o meu fado, já tenho os meus gastos
E tu só me gastas, sugas minh'alma
Que era muito calma, agora é salgada
Mas não sou tempero do teu pensamento
Não sou um borrego nem tu o novelo
Desse teu enredo que é só sofrimento
Bro não queres falar, tu só queres calar
As vozes que em ti vivem, vozes que te dizem
O quão ausente estás, de ti não te vás
Um irmão alimentas não comes por trás
Os meus manos não acreditam em mim
Os meus medos acreditam
Agora estou no topo bro
Agora estou a viver o sonho
Agora não sou sonhador
Agora sou eu quem tem o dom
Agora já gostas do meu som
Agora queres dar mais atenção
Agora já gostas do meu tom
Agora queres um pouco do bolo
Agora sou cereja no topo
Agora respirar um pouco
Agora vou enconstar um coche
Cala-te e conduz o meu Porsche, yeah!
Sentirás o sabores do topo
Topei com o silêncio de muitos
Que permanecem ilesos aos fortes mares
Abrupto caminho
Pulsa no sangue o alívio
Carrego alquimistas comigo
Do ouro de algumas amizades sinto
Do topo vejo mais claro brindo
Festejo aos meus medos e à queda dos inimigos
À coragem e o sentido
Nobreza de espírito
Dos medos supero de onde tudo acredito,
Coragem e o sentido
Nobreza do espírito
Pulsa no sangue o alívio
Festejo aos meus medos e à queda dos inimigos
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