Faz muito calor cá fora E os putos na esquina esperam Que o cash caia numa hora Como a chuva que em Abril vem Carros passam em marcha lenta Corpos claros procuram bronze Cada um segue o seu rumo Aqui tão perto mas tão longe Bebo água e não sinto nada Dá-me um coche dessa cevada Porque a vida em mim já não nada E eu não gosto de viver sóbrio Não sei o que faço cá fora Vou mas é voltar para dentro Antes que a noite caia agora E me engula para sempre O ritmo da cidade não pára A vida desta gente não anda O sol que brilha no céu não sara A dor que pulsa cá dentro é que manda O improviso na cidade não pára Fica na tua senão vais ser atropelada Um gajo anda nesta Babilónia p'ra fazer nada Fumemos um blunt p'ra sintonizá-la Não quero saber da vida dos outros, sista, continuo na minha Quero viver outra vida pois já não estou a aguentar Não acredito naquilo que digo pois não há Forças para voltar para casa Sente o calor que passa por nós Gente não sente o seu passo atrás Máquinas transpiram seu suor Para que o amanhã seja melhor que ontem Esta vida não foi feita pra mim Minha irmã vamos sair daqui Hoje não chove nem cai pilim O tempo corre e não pára aqui Cruza os dedos e faz muita força Para que o teu desejo fuja da forca O ritmo da cidade não pára A vida desta gente não anda O sol que brilha no céu não sara A dor que pulsa cá dentro é que manda