Somos explorados no trabalho, e não só Também somos o lixo Lixo na tê-vê, quem lá está e quem vê Lixo no jornal, voz do seu capital Estamos entregues aos bos E o lixo produz mais lixo E o tempo a passar E eu a cantar Eu também faço parte do lixo Há quem viva bem do nosso mal-viver Nós somos lixo Somos só lixo Já não há gente, há só lixo Dispensável, descartável, reciclável E agora parem um minuto p'ra pensar Há que humanizar a humanidade, e não só Há que varrer o lixo O do Capital, que é o lixo global O lixo do Estado, que é o seu braço armado O mundo é de quem manda E o resto é propaganda