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José Mário Branco - Emigrantes da quarta dimensão (Carta a J.C.) - Ao vivo lyrics

Artist: José Mário Branco

album: Ao Vivo Em 1997


Dá-me uma ajuda, ó médico das almas
Para escolher em que combate combater
Quem condeno eu à vida, quem condeno eu à morte
Que me podes tu dizer
Encostado à árvore do tempo
Folhas vivas, folhas mortas, estações
Nada disto faz sentido
E o sentido do sentido não paga as refeições
Este torpor só tem uma solução
Sejamos deuses, é meter as mãos à obra
E no fazendo, acontecendo
Deixar ir o coração que é o que nos sobra
Ao fazer-se o mundo nasce de si próprio
Ser avô é uma alegria atravessada
Dá pra rir e pra chorar, não temos nada com isso
Mas nada não é nada
Disseste um dia que tudo vale a pena
Tornar as almas mais pequenas é que não
Vamos sobre duas patas, juntar as partes da antena
Espalhadas pelo chão
Fecha a porta que vem frio lá de fora
Diz o coxo ao despernado, e eu aqui
Fui à procura de mim
Encontrei-me mesmo agora e ainda não fugi
O tempo corre por entre pívias e manhas
E tudo fica cada vez mais como está
Mas ao correr desta pena, não fico à espera que venhas
Eu já sou o que virá
Mas ao correr desta pena, não fico à espera que venhas
Eu já sou o que virá
Eu já sou o que virá
Eu já sou o que virá

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