Dá-me uma ajuda, ó médico das almas Para escolher em que combate combater Quem condeno eu à vida, quem condeno eu à morte Que me podes tu dizer Encostado à árvore do tempo Folhas vivas, folhas mortas, estações Nada disto faz sentido E o sentido do sentido não paga as refeições Este torpor só tem uma solução Sejamos deuses, é meter as mãos à obra E no fazendo, acontecendo Deixar ir o coração que é o que nos sobra Ao fazer-se o mundo nasce de si próprio Ser avô é uma alegria atravessada Dá pra rir e pra chorar, não temos nada com isso Mas nada não é nada Disseste um dia que tudo vale a pena Tornar as almas mais pequenas é que não Vamos sobre duas patas, juntar as partes da antena Espalhadas pelo chão Fecha a porta que vem frio lá de fora Diz o coxo ao despernado, e eu aqui Fui à procura de mim Encontrei-me mesmo agora e ainda não fugi O tempo corre por entre pívias e manhas E tudo fica cada vez mais como está Mas ao correr desta pena, não fico à espera que venhas Eu já sou o que virá Mas ao correr desta pena, não fico à espera que venhas Eu já sou o que virá Eu já sou o que virá Eu já sou o que virá