Minha mãe Tu me ensinaste a esperar Como esperaste paciente, nas horas difíceis Minha mãe Tu me ensinaste a esperar Como esperaste pacientes, nas horas difíceis Mas em mim A vida matou está mística esperança Eu não espero, sou aquele por quem se espera A esperança, somos nós os teus filhos Partidos para uma fé, que alimenta a vida Nós as crianças nuas Das sanzalas do mato Os garotos sem escola A jogar bola de trapo Nós areais ao meio dia Nós mesmo Os contratados A queimar vida nos cafezais Os homens negros ignorantes, que devem respeitar o branco E temer o rico Somos os teus filhos Dos bairros de pretos Com fome e com sede Com vergonha de te chamarmos mãe Com medo de atravessar a rua Com medo dos homens Somos nós A esperança Em busca Da vida