Como diferem das minhas As penas das avezinhas Que de leves leva o ar Só as minhas pesam tanto Que às vezes nem já o pranto Lhes alivia o pesar As minhas penas não caem Nem voam nunca, nem saem Comigo desta amargura Mostram apenas na vida A estrada já conhecida Trilhada pelos sem ventura Passam dias, passam meses Passam anos, muitas vezes Sem que uma pena se vá E se uma vem, mais pequena Ai, depois nem vale a pena Porque mais penas me dá Que felizes são as aves Como são leves, suaves, As penas que Deus lhes deu Só as minhas pesam tanto Ai, se tu soubesses quanto... Sabe-o Deus e sei-o eu!