Paredes frias, solidão do apartamento O telefone toca e alguém põe-se a falar O impossível do outro lado da linha A impossível voz do amor sem cor, sem ar, sem rima... Tantas palavras já usadas e abusadas Em milhares de canções Prosa sem fim E eu assim, no telefone Tantos por quês, tanta tristeza, tanta fome E esse amor que não ousa dizer o nome E esse amor que insiste em não dizer quem é Oh! coração por que é que tu não paras Como na súplica valsa antiga e rara No telefone a voz me desafia Faz frio aqui, e a noite está vazia Em solidão desligo o aparelho E deixo a lágrima rolar Tanto clichê, tanta palavra, tanto verso Tanta poesia pra fazer o amor rimar