Daquela viela antiga Do bairro mal-afamado Vinha um resto de cantiga E um vago sabor a fado E vi de longe, da esquina Uma imagem de Jesus Uma luz de lamparina E uma sombra aos pés da cruz O fado era a saudade, era uma reza E a voz um precipício de tristeza Era a amargura a cantar Era a voz da nostalgia A chorar p'la Mouraria Bancos de pinho a um lado D'outro lado um canapé E um Cristo crucificado Iluminado p'la fé Meu olhar turvou de pranto Era tudo quanto via Daquele velho recanto De um resto da Mouraria O fado era a saudade, era uma reza E a voz um precipício de tristeza Era a amargura a cantar Era a voz da nostalgia A chorar p'la Mouraria