Não sei se foi da chuva ou foi do dia Que sobre nos caiu feito destino E nos marcou ali a ferro e brasa Na noite tão fria, tão sombria E tu sem dizer nada derretias Como se sol olhasse algum glaciar E já tombava a lua feita gelo Brilhando no teu copo de cristal Não sei se foi da chuva ou foi do dia Ou foi da luz ou foi da sombra Ou foi da noite, do frio, do lugar Se a culpa toda foi daquele bar Não sei se foi da noite ou do instante Da tua boca esquiva a flutuar Sorria sim, talvez, o candeeiro O resto era triste estava mal Não sei se foi da luz, se foi da sombra Tudo era tão inútil, tão esquivo O tempo ali parado, adormecido Já nada fazia, ali, sentido Dali saímos nós muito depressa Sem olhar p'ra trás, sem hesitar Foi uma assombração ou só o medo Um mal estar que há naquele bar Pois ao chegar cá fora, que mansidão Até o frio não quis reclamar E ali tomamos logo a decisão De nunca mais voltar aquele bar