Se corre vento na margem Foge o rio até à foz E na pressa da viagem Passa sem saber de nós Segue sem nunca parar O meu rio até ao fim E na ânsia de ser mar Já nem pergunta por mim Se o céu agora se turva Fazem as nuvens em água E no sonho de ser chuva Desdenham da nossa mágoa Logo a luz no céu lampeja Querendo ser só trovoada Já nem o vento me beija Passa por mim, não diz nada