Ouvi, à sombra De uma cidade empedrada no coração O som da sorte Na boca sem dentes de um deus de pedra-sabão Eu embarquei numa balsa de fundo falso E acordei na restinga tonto e descalço Do delta do Perequê à fonte do Tietê Eu desafinei a corda do cadafalso ♪ Chamei o coxo No breu queimado da quebra do chapadão Selei contrato Infinito que se adivinha na palma da mão Eu me apaixonei na feira de Montes Claros Uivando, e o corpo cheio de carrapatos E quase morri de amor, meu topázio furta-cor Mas desencantei no banho de Santo Amaro ♪ Línguas plutônicas no teu sorriso mudo Orogenia dos meus desalmados rumos ♪ Oh! Desaventurar os sertões em céu de anil Eu troco essa turmalina por mais um trago Virado em lugar nenhum, vermelho de urucum Prostrado na palafita esperando o rapto