Hermes chegou junto com o lilás do céu à rua dos casais. Sapos coaxavam em silêncio E os pequenos gaviões reais Procuravam insistentemente Um ângulo que se pudesse ver alguma coisa. Hermes mirou por sobre a água do charco E refletido pela luz da lua, Lá estava Asclépius. Asclépius, lembre-se que tudo que foi feito Foi feito por alguém. Eu voltei desses andanças ligeiramente indiferente. Hermes bebeu daquela água E transmutou-se numa ave aquática. Sem dor. Sem nada a temer. Olhou o mundo lá do alto E percebeu com espanto do que se tratava. Um dínamo gigante de ferro, níquel e silício. Um grandessíssemo íman espiritual. Asclépius, lembre-se que tudo que foi feito Foi feito por alguém. Eu voltei desses andanças ligeiro. A mente diferente. E talvez o homem seja uma emulação do puro acaso harmônico. Lembre-se que as folhas do destino dobram-se em quatro. E talvez não haja nada além de um grande acaso. Asclépius, lembre-se que tudo que foi feito, Foi feito por acaso. A vontade de existência das cores. A vontade de existência das cores.