Tanto tempo casta Apenas admirada, Tanto tempo casta nunca Amada, Agora, de dia impaciente Conto as horas Que impedem a tua chegada. Virás como sempre Trajando o manto Do homem invisível De noite vens velar Vens velar o pranto previsível Promessas leves Que a dor é breve Preliminar do amor Que me atravessa Tanto tempo casta Apenas admirada, Tanto tempo casta nunca amada Virás como sempre Trajando o manto Do homem invisível De noite vens velar Vens velar o pranto previsível Promessas breves Que a dor é breve Preliminar do amor Que me atravessa Sorve o leite Surde o azeite Que queima o dorso E no reverso da língua Que lambe a mão. Sorve o leite Surde o azeite Que queima o dorso E no reverso da língua Que lambe a mão Do corpo ocre O atirador Rechaça a corda Do arco terso A flecha corta. Tanto tempo casta Apenas admirada, Tanto tempo casta nunca Amada, Margarida vale de gato