Por noite velha, truz, truz Bateram à minha porta Donde vens, ó minha alma Venho morta quase morta Já eu mal a conhecia De tão mudada que vinha Trazia todas quebradas Suas asas de andorinha Mandei-lhe fazer a ceia Do melhor manjar que havia De onde vens, ó minha amada Que já mal te conhecia Mas a minh'alma calada Olhava e não respondia E nos seus formosos olhos Quantas tristezas havia Mandei-lhe fazer a cama Da melhor roupa que tinha Por cima, damasco roxo Por baixo, cambraia fina Dorme, dorme, ó minha alma Dorme e para te embalar A boca me está cantando Com vontade de chorar