Amor, é muito cedo E tarde uma palavra A noite uma lembrança Que não escurece nada Voltaste, já voltaste Já entras como sempre Abrandas os teus passos E páras no tapete Então que uma luz arda E assim o fogo aqueça Os dedos bem unidos Movidos pela pressa Amor, é muito cedo E tarde uma palavra A noite uma lembrança Que não escurece nada Voltaste, já voltei Também cheia de pressa De dar-te, na parede O beijo que me peças Então que a sombra agite E assim a imagem faça Os rostos de nós dois Tocados pela graça. Amor, é muito cedo E tarde uma palavra A noite uma lembrança Que não escurece nada Amor, o que será Mais certo que o futuro Se nele é para habitar A escolha do mais puro Já fuma o nosso fumo Já sobra a nossa manta Já veio o nosso sono Fechar-nos a garganta Então que os cílios olhem E assim a casa seja A árvore do Outono Coberta de cereja.