Deixo, nos meus braços, compassos por abrir E os ventos hão de vir cantando o que esta voz às vezes cala. Chega de esperar, fugir, amar, ficar. Se o fado é caminhar, o fado é caminhar quando há saudade. Então o sonho afaga a ilusão, Despeço-me dos rostos que não vi E levo o meu país pela minha mão. Além deste mar, Além dos rios a soprar, Serei navio sem me ancorar, Ao cais vou semear novas marés Além deste mar, Além do Tejo a cantar Alguém que a voz não terminou, apenas suspirou por voltar. A dança é regressar com passos sem ter par, E neste caminhar as pontes vão ficando... Encontro-me ao chegar, Olhei p'ra mim, sorri Contei-me o que perdi, Contei-me o que vivi e assim parti. Então o sonho afaga a ilusão Despeço-me dos rostos que vivi E levo outro país na minha mão! Além deste mar, Além dos rios a soprar, Serei navio sem me ancorar, Ao cais vou semear novas marés Além deste mar, Além do Tejo a cantar Alguém que a voz não terminou, apenas suspirou... Além deste mar, além! Viagem de mim, Alguém que a voz não terminou, apenas suspirou por voltar.