Semeei a sombra Da tua lembrança Que agora me assombra Vazia de esperança. Semeei os sonhos Que nós inventámos. Hoje são medonhos Como nós mudámos. O que aconteceu? O que se passou? Qual de nós morreu Que eu não sou quem sou. Oh, semente viva da minha armagura! Como queres que viva com esta loucura? Na cama vazia, Onde enfim desmaio, Sou a gota fria Da chuva de maio. Sou a terra ausente Da semente triste Do teu corpo quente. Sou a tua idade Que ainda persiste Na minha saudade. És a chuva fria, Os meus olhos baços, Chorando a agonia Dos nossos cansaços. Somos dois pecados Da mesma aventura, Réus e culpados De um crime loucura. Como demora o teu doce beijo, Veneno que outrora fora meu desejo Ah, semente viva da minha tristeza! Sou alma cativa desta vil beleza. Na cama vazia, Onde enfim desmaio, Sou a gota fria Da chuva de maio. Sou a terra ausente Da semente triste Do teu corpo quente. Sou a tua idade Que ainda persiste Na minha saudade. < Instrumental > Na cama vazia, Onde enfim desmaio Sou a gota fria Da chuva de maio. Sou a terra ausente Da semente triste Do teu corpo quente. Sou a tua idade Que ainda persiste Na minha saudade. Sou a tua idade Que ainda persiste Na minha saudade.