Na escuridão A luz vermelha do walkman Sobre edifícios A luz vermelha avisa aviões Nas esquinas que passaram Nas esquinas que virão Verde, amarelo, vermelho Espelho retrovisor Anoiteceu em Porto Alegre Anoiteceu em Porto Alegre Na escuridão Só você ouve a canção Eu vejo a luz vermelha do teu walkman Sobre edifícios No 30º andar Uma flor vermelha nasceu Nas esquinas que passaram Nas esquinas que virão Há sempre alguém correndo Fugindo da "Hora do Brasil" Anoiteceu em Porto Alegre Anoiteceu em Porto Alegre Na zona sul existe um rio Nesse rio mergulha o sol E arde fins de tarde De luz vermelha De dor vermelha Vermelho anil Atrás do muro existe um rio Que, na verdade, nunca existiu Mas arde fins de tarde De luz vermelha De dor vermelha Vermelho anil Aconteceu à meia-noite Anoiteceu em Porto Alegre Aconteceu a noite inteira Aconteceu em Porto Alegre Quinze pras duas Ruas escuras Quem tem o mapa? Qual é a direção? Duas e meia Castelos de areia Cabelos castanhos Estranhos sinais Já passa das três Pela última vez De hoje em diante Só uísque escocês Cinco da manhã Nada diferente Chegamos finalmente Ao dia de amanhã Eu trago comigo os estragos da noite Eu trago comigo os estragos da noite Eu trago comigo os estragos da noite Escondo meu rosto entre escombros da noite Um ditador deposto Marcas no rosto Um gosto amargo na boca Uma certeza Só uma certeza: "Da próxima vez, só uísque escocês" Duas fichas telefônicas Um telefone que não pára de tocar Ninguém atende Eu não entendo Tão fazendo onda Tão fazendo charme Um alarme de carro que não para de tocar Eu trago comigo os estragos da noite Eu trago comigo os estragos da noite Eu trago comigo os estragos da noite Não nego, nego, não Uma canção no rádio Uma versão mal traduzida Um pastor exorciza no rádio de um táxi Uma certa impressão Uma certeza imprecisa Quem não precisa de uma versão, uma tradução? Um ditador deposto Marcas no rosto Um gosto amargo na boca E a certeza De que o último dia de dezembro É sempre igual Ao primeiro de janeiro Eu trago comigo os estragos da noite Eu trago comigo os estragos da noite Eu trago comigo os estragos da noite Meu reino por um rosto, pelo resto da noite Noites que passaram Noites que virão Noites que passamos Lado a lado em solidão Noites de inverno Noites de verão Noites que viramos Esperando o sol nascer (Esperando amanhecer) (Esperando o sol nascer) Amanheceu em Porto Alegre Amanheceu em Porto Alegre Amanheceu em Porto Alegre Amanheceu Recomeça tudo lá fora Here comes the sun The sun is the same in the relative way but you are older Recomeça tudo lá fora Nas esquinas, nas escolas Um litro de leite Meio quilo de pão Recomeça tudo lá fora Neguinho da Zero Hora Vende manchetes Quinze pras sete da manhã Nada diferente Chegamos finalmente Ao dia de amanhã Em Porto Alegre