O jeito como ele segura o cigarro Fala mais dele do que palavras Fala a fumaça que embaça o meu olhar Quando ele exala sem respirar Atravessando da sala pro quarto Do quarto pra sala ele fala Quando derruba copos, abre janelas E desliga o ar, ele quer falar E fala como quando me ganhou Da segunda vez que eu o vi Marinheira de primeira viagem Eu era quando embarquei sem sentir De mala, poesia e sonhos demais Pra caber na vida de alguém Como pude viajar sem saber pra onde Até hoje eu não entendo bem Quando dei por mim Os nossos trapos já estavam juntinhos Quando dei por mim O neném já tinha o seu cantinho Quando dei por mim Um exército de regras de sobrevivência estava a caminho Quando dei por mim Nossas gavetas reviradas confundiam nossos destinos ♪ Misturando meus lenços de seda Com suas gravatas e colarinhos Sapatos novos com tênis surrados Na mesma prateleira Quando foi que eu nele colei minha sombra Não sei, desapareceu Quando o desejo, eu não escutei E o que eu tanto temia acontecer, aconteceu Quando dei por mim Os nossos trapos já estavam juntinhos Quando dei por mim O neném já tinha o seu cantinho Quando dei por mim Um exército de regras de sobrevivência estava a caminho Quando dei por mim Nossas gavetas reviradas confundiam nossos destinos Quando dei por mim, eu perguntava e respondia Sem saber se era ele ou eu E o medo virou um fantasma da mulher Que um dia o homem achou que conheceu Quando a dor e a culpa nos aprisionaram Nossos corpos transformaram em ruínas Quando os sintomas se manifestaram Falando mais de nós do que palavras finas ♪ Quando, quando Quando, quando Quando