Antigamente a velha Xica vendia cola e gengibre Antigamente a velha Xica vendia cola e gengibre E lá pela tarde, ela lavava roupa dum patrão importante E lá pela tarde, ela lavava roupa dum patrão importante E nós os miúdos lá da escola perguntavamos a vovô Xica Qual era a razão daquela pobreza daquele nosso sofrimento E nós os miúdos lá da escola perguntavamos a vovô Xica Qual era a razão daquela pobreza daquele nosso sofrimento Xê menino não fala política (xê menino) Não fala política, (xê menino) não fala política (xê menino) Xê menino não fala política (xê menino) Não fala política, (xê menino) não fala política (xê menino) Mas a velha Xica embrulhada nos pensamentos Ela sabia mas não dizia a razão daquele sofrimento Mas a velha Xica embrulhada nos pensamentos Ela sabia mas não dizia a razão daquele sofrimento Xê menino não fala política (xê menino) Não fala política, (xê menino) não fala política (xê menino) Xê menino não fala política (xê menino) Não fala política, (xê menino) não fala política (xê menino) E o tempo passou e a velha Xica só mais velha ficou E ela somente fez uma cubata com teto de zinco, com teto de zinco E o tempo passou e a velha Xica só mais velha ficou E ela somente fez uma cubata com teto de zinco, com teto de zinco Xê menino não fala política (xê menino) Não fala política, (xê menino) não fala política (xê menino) Xê menino não fala política (xê menino) Não fala política, (xê menino) não fala política (xê menino) Mas quem vê agora o rosto daquela senhora, daquela senhora Já não vê as rugas do sofrimento, do sofrimento, do sofrimento Mas quem vê agora o rosto daquela senhora, daquela senhora Já não vê as rugas do sofrimento, do sofrimento, do sofrimento E ela agora só diz: Xê menino posso morrer, posso morrer Xê menino posso morrer Já vi Angola independente Xê menino posso morrer Já vi Angola independente