Quo vadis (Márcio Faraco) Cai mais um escondido no fundo do poço O povo festeja em alvoroço O pavor na cara do cretino Condenado já quase sem destino Só mais um minuto aqui na terra A fera é um morto insepulto Acuada no centro da festa Nem reage mais aos insultos Só respira o ar que lhe resta Lá vai arrastada a carcaça de luxo Um soldado exibe a pistola de ouro A bota de couro, troféu do menino E mesmo a camisa vermelha de guerra Vai ser arrancada expondo seu bucho O furo letal, o corte no peito Em tempo real, a morte, o feito Na foto do outro com o moribundo Sorrindo pro iPhone, postando pro mundo A cara de espanto Contrasta com a dança de felicidade da cidade livre É a sopa indigesta da humanidade Feita de crime, vingança e abuso Sobra o meu sentimento confuso Pra aquela cena que não esqueci Do tapa na cara de um homem ferido Que mesmo bandido, ali era um homem Um homem ferido, uma vida ¿Por que caminas, humanidad A pasos largos, para tras? Quiero avanzar, pero no puedo ¡Y me pregunto adónde vas!