Parado no trânsito infernal da cidade Já nem controlo a ansiedade A fila onde me encontro, pouco ou nada avança Só o relógio não se cansa Segunda-feira é o dia da maior confusão E os outros dias tal e qual são Gasto uma hora de casa pro emprego No banho do desassossego Vou trabalhar logo pela mahnã Mas por este andar Só hei-de chegar amanhã Vou dar em doido a viver sempre assim O dia é tão longo eu já não respondo por mim Vou trabalhar logo pela mahnã Mas por este andar Só hei-de chegar amanhã Vou dar em doido a viver sempre assim O dia é tão longo eu já não respondo por mim ♪ Sentado ao volante do meu carro, impaciente Insulto os outros mentalmente Subo o volume ao rádio para ouvir as notícias Sobre "manifs" de polícias Ontem houve confrontos em frente ao parlamento Eu penso nisso um momento Até mesmo eu já me sinto agressivo A cidade engole-me vivo Vou trabalhar logo pela manhã Mas por este andar Só hei-de chegar amanhã Vou dar em doido a viver sempre assim O dia é tão longo eu já não respondo por mim Vou trabalhar logo pela manhã Mas por este andar Só hei-de chegar amanhã Vou dar em doido a viver sempre assim O dia é tão longo eu já não respondo por mim ♪ Arran, arran, iê Quatro e Meia e João Só Na cidade do Porto Já aperta um "cado" Só trânsito parado Por despiste de um pesado Há gasóleo derramado E é preciso de ter cuidado Na saída para o mercado abastecedor E a brigada de trânsito Pede encarecidamente A montanha de gente Que queira ver o acidente Que controle a sua mente E e que educadamente Simplesmente, siga em frente, por favor E se está na capital do nosso país A loucura é a matriz Hoje há greve da Carris Se viver na aldeia Tudo aquilo que eu sempre quis Faça um grande sorriso Finja que é feliz A segunda fila está na ponte do Pragal Na segunda circular é o caos matinal Dá amadora para a capital Está tudo entupido como o habitual ♪ Vamo lá Oooou, oooou Oooou, oooou Vou trabalhar logo pela manhã Mas por este andar Só hei-de chegar amanhã Vou dar em doido a viver sempre assim O dia é tão longo eu já não respondo por mim Vou trabalhar logo pela manhã Mas por este andar Só hei-de chegar amanhã Vou dar em doido a viver sempre assim O dia é tão longo eu já não respondo por mim Não respondo por mim Não respondo por mim Não respondo por mim