Numa casa portuguesa fica bem Pão e vinho sobre a mesa. E se à porta humildemente bate alguém Senta-se à mesa co'a gente Fica bem essa fraqueza, fica bem Que o povo nunca a desmente A alegria da pobreza Está nesta grande riqueza De dar, e ficar contente Quatro paredes caiadas Um cheirinho á alecrim Um cacho de uvas doiradas Duas rosas num jardim Um São José de azulejo Mais o sol da primavera Uma promessa de beijos Dois braços à minha espera É uma casa portuguesa, com certeza! É, com certeza, uma casa portuguesa! No conforto pobrezinho do meu lar Há fartura de carinho E a cortina da janela e o luar Mais o sol que bate nela Basta pouco, poucochinho p'ra alegrar Uma existéncia singela Mas é só amor, pão e vinho E um caldo verde, verdinho A fumegar na tijela Quatro paredes caiadas Um cheirinho á alecrim Um cacho de uvas doiradas Duas rosas num jardim Um São José de azulejo Mais o sol da primavera Uma promessa de beijos Dois braços à minha espera É uma casa portuguesa, com certeza! É, com certeza, uma casa portuguesa! É uma casa portuguesa, com certeza! É, com certeza, uma casa portuguesa!