À rapariga mais nova Do bairro mais velho e escuro Deixo meus brincos, lavrados Em cristal límpido e puro E aquela virgem esquecida Sonhando alto uma lenda Deixo o meu vestido branco Todo tecido de renda E este meu rosário antigo De contas da cor dos céus Ofereço-o àquele amigo Que não acredita em Deus E os livros, rosários meus Das contas doutro sofrer São para os homens humildes Que nunca souberam ler Quanto aos meus poemas loucos Esses que são só de dor E aqueles que são de esperança São para ti, meu amor P'ra que tu possas, um dia Com passos feitos de lua Oferecê-los às criança Que encontrares em cada rua