Mais uma vez cá estou junto às profundezas Meu lado negro quando teima aqui ficar Mexe e remexe Do figado às miudezas Todas as minhas certezas já mudaram de lugar Mais uma vez cá estou junto ao precipício Na teimosia de em tudo encontrar sentido Mas afinal, se o final não teve inicio Entre a virtude e o vício Onde é que vamos parar? Larilolela, se eu soubesse o que ser hoje Mas não aprendo já estou eu em outro lugar Os meus ponteiros andam tão desorientados Relógios galvanizados Num eterno despertar! Ai Deus áh eu, chega de falar de mim Os meus amores lá de cima do telhado São tantas dores quantas dos partos que fordes Quantas sortes tendes hoje, quantas vidas, quantos fados? Com os diabos, nada é o que parece E o que padece mais tarde se recupera E quem são estes palhaços encapuçados Morcegos desorientados que não param de sugar? Que maravilha, o primeiro já caiu E muitos mais hão-de cair a seguir Porque o poder mata e esfola sem cessar E não pertenece a ninguém é do bombo popular! Lê arararê lararê lalarê alalarê Lá larê rá, lê arararê Lê arararê lararê lalarê alalarê Eiá lê, lê rálarê Lê arararê lararê lalarê aralerê Eiá lê, lê rálarê Lê arararê lararê lalarê aralerê ia Muito obrigado! Muito obrigado!