Escutem os ecos da noite Onde o que é fado acontece Nas mil palavras, olhares Nos mil desejos, esgares De quem mil mágoas padece. Escutem vestígios do medo No riso inquieto e sozinho E que diz muito em segredo "De noite é sempre tão cedo" Aonde estás tu, carinho? E cada copo é revolta E cada trago é um grito Súplica de alguém aflito Num bar com um copo à solta Vai-se bebendo o incerto E tudo mais, tudo mais é deserto. Escutem as pragas de quem Vai mendigando atenção Dorme nos bancos que moem Por muito louco que o tomem Loucura tem seu perdão. Escutem os sons que balançam Soam mais alto e tão forte Mas já as horas avançam E as poucas palavras se cansam Já ninguém há que se importe.