Anoitece Nas vielas e nas esquinas Nas escadas e nas colinas Nas calçadas feitas à mão No bater do meu coração Mas não me canso de percorrer A cidade em que vim nascer Onde o Tejo vem adormecer E é uma porta aberta para o mar Um convite p'ra navegar E que abraça quem quer chegar Desde sempre assim foi P'la manhãs Do Castelo desço a Alfama Labirinto de casas brancas Enfeitadas com andorinhas E que é o berço de tradições Do velho fado, das procissões Das tabernas e dos pregões E onde nas ruas pequeninas Ainda ecoam trovas antigas E se inventam novas cantigas De louvar ao bom Santo António Que Lisboa venera Eu só queria desenhar nesta melodia O amor à minha cidade Teimosa fantasia É assim Que eu gosto de imaginar Esta Lisboa secular Onde habitam todos os povos De tantas raças, velhos e novos A cidade mais luminosa Bela, mágica, radiosa Eu vou sempre cantar P'ra ti Lisboa De entre todas a mais formosa Bela, mágica, radiosa Vou p'ra sempre cantar