Uma cama num quarto Numa rua vazia Da janela a ponte De um rio ao longe Uma cidade dorme Na sua quietudo, um espelho Meus sulcos, meus cabelos O meu nome E quantas vidas cabem numa voz? Se quando me dou é p'ra abreviar O imenso que habita em mim Quantas vidas cabem numa voz? Saí sem dizer adeus Voltei sem ruído O gato, o quadro, as flores O cheiro a casa E para não acordar A saudade de quem espera Trago o sorriso E os meus pés descaços Quantas vidas cabem numa voz? Se quando me dou é p'ra abreviar O imenso que habita em mim Quantas vidas cabem numa voz? Se quando me dou é p'ra abreviar O imenso que habita em mim